ZMG Educacional traz Programa de Educação Permanente para Técnicos de Enfermagem (Curso de Atualizaç

A ZMG Educacional nasceu em Bacaxá-Saquarema/RJ há exatos 6 meses, da iniciativa de Kátia Gomes, carioca, Enfermeira e Especialista em Unidade de Terapia Intensiva - UTI. Kátia explica que a motivação para o empreendimento veio de uma experiência pessoal dolorosa: “Eu perdi a minha mãe, entrei em depressão, e visualizei que precisava fazer uma coisa que gostava. E o que eu mais gosto de fazer é dar aula. Tanto que criei o curso e as iniciais são as do nome dela, Zímora Mendes Gomes. E aí eu parei e pensei: vou formar cuidadores de idosos, além da experiência profissional que eu tenho de 24 anos de formada, formar com a experiência que eu tive de cuidadora “- diz Kátia. Para o Curso de Formação em Cuidador de Idosos, é exigido como pré-requisito o nível fundamental. De acordo com a educadora e empresária, o curso já está sendo bem interessante, porque é a oportunidade de dar formação às pessoas que somente possuem o nível fundamental. Atualmente, o curso ainda é livre de maiores exigências burocráticas, mas Kátia conta que abriu firma para seu reconhecimento, inclusive para emissão de certificados ao final, que ela, apenas enquanto pessoa física, não poderia emitir. Segundo Kátia, uma coisa que costuma chocar um pouco, às vezes, é exatamente “porque existem pessoas que querem saber se podem fazer o curso mesmo não tendo o nível fundamental, o que é sintomático. E eu me assusto com isso porque hoje, a essa altura do campeonato, no século XXI, existirem pessoas que não tenham o ensino fundamental querendo se profissionalizar, o que é um Direitos Humano Básico também, é algo muito ruim. Eu digo que eles devem terminar os estudos para poder fazer o curso. Não posso aceitar sem o ensino fundamental. E eu tenho os cursos para o pessoal técnico de enfermagem, mas formados. Que são atualizações, reciclagens, porque eu vejo que aqui na Região dos Lagos a gente tem uma demanda grande por essas reciclagens, por essas atualizações. Então o primeiro curso que eu fiz foi de UTI, atualização para técnico de enfermagem em UTI, porque eu sou especialista em Terapia intensiva, UTI, e decidi falar daquilo que eu gosto, que eu amo fazer, que é a terapia intensiva, muito necessária.” Sobre a profissão de cuidador de idosos, Kátia Gomes diz que esta entrou agora há pouco tempo na classificação brasileira de ocupações (CBO). Ainda não sendo considerada uma profissão, mas uma ocupação. Em termos de sua regulamentação, a tendência do cuidador de idosos é a de que progrida, de fato, a exigência de qualificação. Inclusive por conta do aumento no envelhecimento da população, que deve se tornar um fator determinante nessa questão.

A Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) é uma norma de classificação numerativa e descritiva de atividades econômicas e profissionais determinada pela Comissão Nacional de Classificação para o uso de órgãos governamentais. Ela é o documento que reconhece e classifica as ocupações do mercado brasileiro, organizadas e descritas por famílias. Sua atualização e modernização se devem às mudanças ocorridas no cenário cultural, econômico e social do País, nos últimos anos, implicando alterações estruturais no mercado de trabalho. Ela serve como base para a estruturação de carreiras e ocupação de vagas no setor público e no setor privado. A CBO também tem relevância para a integração das políticas públicas dos Ministérios do Trabalho e Emprego e Ministério da Previdência Social. Tendo em vista esse parâmetro, empresas, faculdades, e outras instituições normalmente não governamentais, costumam não utilizar essa classificação, podendo usar diversas nomenclaturas de profissões que apesar de diferentes podem fazer parte de uma mesma ocupação. O que se deve ter em mente é que a CBO não regulamenta uma profissão. Ela apenas tem por finalidade a identificação das ocupações no mercado de trabalho, para fins classificatórios juntos aos registros administrativos e domiciliares. Já a regulamentação da profissão é realizada por meio de lei. Neste ponto se amplia, também, perspectivas de salários, direitos. Entra-se em questões de carreira, que hoje os cuidadores de idosos ainda não tem, mantendo-se um pouco à margem. As instituições já começam a fazer a exigência da certificação do curso. Porque até então, não havia essa exigência. Qualquer pessoa poderia trabalhar como cuidador. De acordo com Kátia Gomes “cuidar, na verdade, na enfermagem, a gente tem uma teoria do autocuidado. Wanda Horta dizia que a enfermagem é uma arte. É uma arte por que? Porque o cuidar é uma arte. Mas para você cuidar bem, e fazer essa arte bem , você tem que ter qualificação para isso. Não há como fugir. Não é apenas amor, como nossa cultura senso comum sempre faz supor. Porque se não tiver o mínimo do ensino fundamental, na verdade, você não consegue acompanhar . Então, não adianta. Tem que ter uma fundamentação, e eu espero realmente que o cuidador tenha uma progressão até nessa qualificação. Embora hoje eu tenha no curso pessoas com nível superior, pessoas com nível médio, e aquela pessoa que só tem o ensino fundamental.” Sobre a relação do curso com a cidade, apesar do pouco tempo de apenas seis meses em funcionamento, Kátia afirma que “na verdade, o que eu pensei no momento, foi ajudar as instituições que eu escolhi para fazer essa parceria. Então, por exemplo, a aula de primeiros socorros que eu vou dar no curso de cuidador, já abri para os professores e funcionários da Pestalozzi que quiserem assistir.” A educação profissionalizante é vista por Kátia Gomes como um bom caminho para a inserção imediata dos jovens no mercado de trabalho. O curso técnico tem uma duração menor que o curso superior. No caso, cursos de qualificação em geral, que abrangem aqueles de qualificação que não são técnicos. Kátia segue afirmando que “o que eu posso falar é a respeito do curso técnico de enfermagem. O ideal seria que a gente concebesse a enfermagem só com enfermeiro. Com pessoal só com nível superior. Mas na nossa realidade aqui no país isso não dá para conceber isso. Então a gente tem que pensar no curso técnico de enfermagem. Quer dizer, é um curso que tem entre um ano e meio, dois anos e a pessoa já pode se inserir no mercado de trabalho. O curso técnico, na verdade, tinha um estigma há um tempo atrás de que apenas fazia curso técnico quem não conseguia ir para o ensino superior, porque não tinha condição ou até porque achava que não tinha capacidade para tal. Na verdade, isso já caiu por terra. O curso técnico hoje é muito bem visto, até por conta da inserção mais rápida no mercado.”Atualmente, Kátia nos conta que não se pode conceber a enfermagem sem a figura do técnico de enfermagem, o que torna ainda mais importante pensar e cuidar de sua formação e qualificação: “A gente já teve época na enfermagem que existia o atendente, o auxiliar, e ainda o auxiliar de enfermagem. Atendente não mais. Mas o auxiliar de enfermagem foi obrigado a fazer essa progressão para técnico de enfermagem. Porque o auxiliar tinha o primeiro grau. O antigo primeiro grau. E aí ele foi obrigado a fazer a progressão para o técnico, por que? Porque o Conselho Federal de Enfermagem –COFEN- queria aumentar a qualidade desse pessoal que estava trabalhando. Então tiveram que fazer o ensino médio e fazer a progressão para técnico de enfermagem. Não dá para você conceber uma instituição hospitalar sem a figura do técnico de enfermagem. E eu decidi trabalhar com essa qualificação deles porque existem histórias -e não estou falando da Região dos Lagos, mas do Rio de Janeiro- de instituições que tem vagas em aberto e não conseguem preencher por conta das pessoas não passarem nas provas... Por isso decidi trabalhar com essa qualificação. Porque talvez, hoje como a gente já tem uma marca muito grande de pessoal técnico , na minha realidade, de técnico de enfermagem formado, terceirizam esse mercado. Então, vamos qualificar esse pessoal, vamos reciclar esse pessoal para poderem ter uma qualificação maior. e tentar entrar no mercado.”Na verdade, ambos os cursos oferecidos pela ZMG, também são cursos livres que não necessitam da exigência de estágio. Kátia Gomes diz que está em busca atualmente das visitas técnicas. “Para que eles vejam a realidade, no caso desse curso, que eu estou dando, de UTI. Estou aguardando as respostas ainda, mas a intenção é que eles façam visita técnica. Eu estou tentando levar paro o Rio. Ou Niterói. Para que eles vejam outra realidade. UTIs fortes. UTIs bem solidificadas.”Não há nenhum curso sem pré-requisito de escolaridade. O curso de cuidador de idosos exige o ensino fundamental e o de UTI exige a conclusão ou estar cursando curso técnico de enfermagem. No segundo caso, o aluno precisar comprovar que ele está regularmente matriculado no curso técnico de enfermagem. “E pretendo abrir outros cursos para técnico de enfermagem, formado, para qualificar mais essa mão de obra”, conclui Kátia. A conferir!